domingo, fevereiro 12, 2006

Espí­rito

Em passos atemporalmente,
em súplicas, ligeiramente,
seguem, luz e estrela
em pegadas, em traços mudos
Às mãos unificantes pela
vox inefável dos mundos.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Quem se importa?

Quem se importa?
Se à face torta
Da lâmina cega corta
Os esguios laços,
Unificadores pássaros
A baterem à porta
Dos engodos, joguetes,
Dos nascentes já mortos,
Estes muitos, corpos
De grafia obtusa,
De alma reclusa
Em traços presentes,
Em significados incoerentes...
Quem se importa
Se a palavra ja está morta?

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Noite sem fim

Gotas caem pela vagem ressecada
Corcoveiam entre os ventos,
Entre os galhos, tece a escada
E por estes caminhos suspensos
Trama entre os flocos de gelo
Entre o orvalho, pela relva,
A saracotear na madrugada...

És o destino, o pranto sem apelo,
Mais um dia, mais uma noite
Não mais a mão que açoite
Agora, apenas a selva
Abarrotada dos ímpios injulgados.

...e a noite não tem fim.